Além da Esquerda e da Direita: uma linguagem que já não serve para nomear o mundo

Durante décadas — ou mesmo séculos — a política foi dominada por dois rótulos: Esquerda e Direita.
Ambos nasceram num tempo e num contexto que já não é o nosso.
Serviram o seu propósito histórico: questionaram o poder, reestruturaram sistemas, deram voz a diferentes grupos sociais. Mas hoje, enfrentamos um mundo complexo, interdependente, globalizado e em profunda crise ecológica e existencial.
E, nesse mundo novo, essas categorias antigas tornaram-se redutoras, polarizadoras e até manipuláveis.
A Esquerda e a Direita já não explicam: dividem.
Já não propõem: reagem.
Já não representam o todo: reforçam fragmentos.
A política que precisamos não é uma guerra de lados, mas um esforço coletivo de consciência, empatia e competência.
Precisamos de um novo léxico — de uma nova gramática política — que se baseie na resolução dos problemas reais da humanidade e do planeta que habitamos.
É tempo de ousar dizer:
“A Esquerda e a Direita serviram o seu tempo — mas agora são uma linguagem que já não serve para nomear o mundo.”